Description
Le panier de Noel portugais est une synthèse festive de l’offre gastronomique du pays. Héritier des distants « avios » – régionalisme, formé par dérivation régressive de « aviar» (« mettre en route », « préparer »), nourriture que l’on donnait au travailleur rural pour qu’il cuisine. Cette utilisation du mot a rapidement évolué pour s’appliquer également aux paniers de denrées alimentaires qui étaient envoyés, de la campagne, à l’occasion des fêtes et surtout à la période de Noel, aux proches qui habitaient en ville, et qui de ce fait avaient plus de mal à trouver, les produits de leur terroir qu’ils ne pouvaient oublier. Livrés généralement dans des points relais, ils réunissaient dans une présentation soignée ce qui avait été préparé dans ce but. La même évolution les a transformés, à l’époque de l’épicerie fine, dans un choix des meilleurs produits de ce que la maison avait pour offrir à ses clients, réunissant ainsi dans un panier des spécimens de vins, liqueurs, mousseux, fromages, charcuteries, miel, conserves, noix, figues et autres fruits secs, café, thé, chocolats. Aujourd’hui le panier, le plus répandu avec l’importance croissante de la cuisine portugaise et la reconnaissance de la qualité de ses produits est une offre « gourmet » qui s’est prorogée au nouvel an, et qui reste une valeur sûre pour célébrer l’amitié et la performance professionnelle.
O cabaz de Natal português é uma síntese festiva da oferta gastronómica do país. Herdeiro dos já distantes “avios” – regionalismo, formado por derivação regressiva, de aviar (“pôr em via”, “aprontar”) -, comestíveis que se davam ao trabalhador rural para ele cozinhar. Esta utilização do termo cedo evoluiu para se aplicar também aos cestos de géneros alimentares que, da província, pelas festas, principalmente no Natal, se enviavam aos familiares que habitavam já as cidades e que, por isso mesmo, maior dificuldade tinham em adquirir aqueles produtos da sua terra que lhes eram mais próximos da memória. Trazidos geralmente por estafetas, reuniam, numa disposição cuidada, o que havia sido separado para o efeito. A mesma linha de evolução haveria de os transformar, ao tempo das primeiras mercearias finas, numa espécie de sortido do que de melhor a casa tinha para oferecer aos seus clientes, reunindo então num cabaz exemplares de vinhos, licores, espumantes, queijos, enchidos, mel, conservas, nozes, figos e mais frutos secos, café, chá, chocolates. Hoje, o cabaz de Natal, que se vem tornando mais e mais, com a importância crescente da cozinha portuguesa e o reconhecimento da qualidade dos seus produtos, uma proposta gourmet, proposta que aliás se alargou já à ideia de um cabaz do Ano Novo, continua a ser uma forma segura, e de bom tom, de celebrar a amizade e o desempenho profissional.
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